quinta-feira, 26 de abril de 2007

devaneio musical...Beatles!!


Os Beatles podem não ser os mais virtuosos instrumentistas de todos os tempos e podem até questionar o seu título de "melhor banda de todos os tempos". Mas uma coisa é inegável: eles são a banda mais importante de todos os tempos! E essa capa aí acima , amigos, é um marco da história musical.
Foram inúmeras as inovações musicais realizadas nessa transição da fase “amor” dos besouros para uma música mais louca, experimental, em que o LSD foi o principal combustível. Tudo começou a mudar em 1966, com o disco Revolver, sucessor do excelente Rubber Soul, último da fase “love,love,love” da banda. A partir daí os ingleses mais famosos do mundo caíram de boca na psicodelia que se expandia em San Francisco, na Califórnia que pregavam o amor livre, o uso de drogas e uma vida alternativa e questionadora.E foi com esse disco que os Beatles expandiram até o limite do inalcansável o caráter experimentalista e ousado que marcou a produção artística dos anos 60 e 70, graças a uma série de fatores: em primeiro lugar, na época eles já eram “The Beatles”, portanto qualquer coisa que fizessem teria venda certa e garantida; em segundo, dinheiro era o que não faltava, portanto qualquer “loucura” podia ser levada a termo, além de que isto possibilitava acesso a todos recursos técnicos disponíveis, e por outro lado possibilitava o acesso às drogas, principalmente o LSD, que embora obviamente tenha como efeito colateral após algum tempo a total inapetência do usuário para qualquer tipo de atividade, no início ajudam à expandir a mente e “desbloqueá-la” de todos e quaisquer conceitos preestabelecidos. Aliás, reza a lenda que a música Lucy and the Sky with Diamonds (grifos nossos) nada mais é do que uma referencia à droga.
Por fim, Sgt.Peppers não é o álbum que contém as melhores músicas dos Beatles (aliás, a trilha sonora do filme Magical Mistery Tour do mesmo ano tem individualmente músicas melhores) mas é o álbum primoroso quando ouvido na íntegra, pois as músicas se completam perfeitamente. O disco mostra o amadurecimento musical dos Fab Four e o todo o experimentalismo da banda. Mostrou toda a capacidade da banda de misturar tudo o que é conhecimento instrumental, artístico, filosófico, cultural e econômico (pois é, eles ficaram ainda mais ricos depois desse clássico) e nos devolver isso em forma de música e de qualidade. Se você ainda não escutou esse disco, faça-o já, em nome da arte!

domingo, 22 de abril de 2007

para pensar...


Cântico II
Cecília Meirelles

Não sejas o de hoje.

Não suspires por ontens...

Não queiras ser o de amanhã.

Faze-te sem limites no tempo.

Vê a tua vida em todas as origens.

Em todas as existências.

Em todas as mortes.

E sabes que serás assim para sempre.

Não queiras marcar a tua passagem.

Ela prossegue:

É a passagem que se continua.

É a tua eternidade.

És tu.


*eu prefiro ser esta metamorfose ambulante... (sempre cabe)

terça-feira, 17 de abril de 2007

Meros devaneios...

"No fim da vida, a maioria dos homens percebe, surpresa, que viveu provisoriamente e que as coisas que largou como sem graça ou sem interesse eram, justamente, a vida.E assim , traído pela esperança, o homem dança nos braços da morte"


Apenas gostaria de citar essa frase do ilustre mestre dos mestres Schopenhauer...Pode parecer fúnebre e triste, mas, ao revés, pode ser vista como uma crítica para aqueles que não dão importância às mínimas coisas da vida, ao que realmente importa e pode servir também como estímulo para uma busca de um novo ideal de vida . Para que as coisas boas sejam aproveitadas e não passem ao largo da nossa efêmera passagem neste mundo.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Música Air Lines...



De onde será que vem o poder que a música tem de nos levar pra onde quer que ela queira e a nossa imaginação (no meu caso, bem fértil) permite?
Característica também partilhada pelos cheiros, que nos acalentam e nos fazem (re) viver situações já vividas e sonhar com aquelas ainda não realizadas.
Melodias, letras, vozes nos levam embalados por terras às vezes nunca habitadas por nossa existência.
No meu caso as músicas envolvidas por um “ar” melancólico são as que mais me envolvem e me dão prazer de ouvir e viajar por lugares aconchegantes.
Regidos por uma dita trilha sonora, os sonhos não tem barreiras, são livres, como todos os sonhos deveriam ser....
A música que tem embalado meus sonhos melancólicos e me levado para terras desconhecidas(não me perguntem por que) é essa:

Carta (Ano de 1890)
Vanessa da Matta
Ando nas ruas do centro

Estou lembrando tempos

Enquanto lhe vejo caminhar

Aguando a calçada

Um barbeia um velho

Deita a noite e diz poesia (serenata)

Vinho enquanto ouve choro costurar

Passei em casa, seu José não estava

Memórias Senhor Brás Cubas Postumavam

Enquanto vi passar Helena pra casa de chá

Devagar, bonde na praça

Ainda borda delicadeza

Torna a gente

Banca de flores

Libertando sorrisos no ar.

Como num passe de mágica, me carrega pra um Rio de Janeiro de outrora, versado pelas obras do Sr. Machado de Assis, com suas Helenas e suas casas de chá, onde se era possível ver pessoas barbeando-se nas portas, o bonde estava na praça e o choro chorava embalando os sonhos recônditos de quem o ouvia....
Só a música pode amenizar essa inquietação de não poder ir a tempos já passados, só ela nos leva a conhecer terras inimagináveis e o que é melhor... Sem cobrar passagem.