quinta-feira, 8 de março de 2007

Brasil: Paz, Esperança e Fé...Parte I

Pois bem, amigos. Não estou aqui para trazer-lhes nenhum conforto, nem paz de espírito. Isto aqui não é um blog de auto-ajuda. Pelo contrário. O que tenho para lhes oferecer é apenas uma visão crítica, ainda que pessoal, da realidade que vos cerca.

Vim pra falar de coisas boas. E ruins também. Na verdade, vim para tumultuar mesmo. Gostaria de começar dissertando sobre o povo brasileiro.Estarei escrevendo sobre seus anseios, dúvidas e, apenas pra ficar didático e evitar textos enormes que ninguém gosta de ler, dividirei esse tema em 3 palavrinhas mágicas que emanam todos os dias na mente do nosso povo: Paz, Esperança e Fé.

Pra começar, quero falar sobre a paz. Descrever a paz é algo difícil. O vocábulo “paz” no dicionário tem diversos significados, entre eles sossego, concórdia, cessação de hostilidades, etc. Pra falar a verdade, entendo a paz como um sentimento pessoal de cada um, um estado de espírito, uma realização. Mas me parece ser utópico demais pra qualquer ser humano imaginar um mundo em que todos se respeitam, em que não há guerra, nem disputa.Esquecem que o ser humano antes de tudo é um animal, movido por instintos, dentre eles o da sobrevivência, o da batalha pelo seu espaço!! Nesse sentido, pensar num mundo sem guerra e sem violência, sorry, é sonhar além. Citaria o filósofo francês Emile Durkheim para enfatizar que “o crime é um fato social”.

Então, o que podemos fazer? Apenas controlar esse ímpeto pelo crime. Mas não do jeito que o nosso governo quer, aumentando o numero de presídios, amontoando os presos nas celas e reduzindo a maioridade penal até chegarmos à pena de morte. É como construir uma casa a partir do telhado. É como combater a doença matando o paciente. Estamos lutando errado. Combatendo a ponta de um Iceberg, não sabendo o que vêm mais por baixo. Os penalistas mais modernos enfatizam o caráter subsidiário do direito penal. As penas seriam a ultima ratio, ou seja, somente quando se esgotarem todos os meios existentes poder-se-ia usar a privação de liberdade, a famigerada prisão. Todos sabemos que a prisão não amansa ninguém, mas sim torna o ser humano mais bruto, animal, irracional e inconseqüente.

Por fim cumpre destacar que o nosso problema principal está estampado em todos os meios de comunicação: A desigualdade. Vivemos num país de desigualdades gritantes, em que 5% da população detêm mais da metade da renda.Por conseguinte, enquanto X ganhar 70 vezes mais o que Y ganha e Z tiver um carro de luxo enquanto W não tem dinheiro nem pra pegar um ônibus, nunca haverá satisfação social e as taxas de criminalidade se manterão altas. Portanto, termino essa exordial e breve análise citando a minha primeira sentença de granito: “Nunca haverá paz enquanto houver desigualdade”.E não haverá mesmo!

6 comentários:

Anônimo disse...

Em um ano e meio ganharemos um grande criminalista!! Gostei do texto! Foi no foco!
Orgulhosa,
Nati

Anônimo disse...

Simples e eficiente. Belo texto meu rapaz. Você vai longe!
Abração

Anônimo disse...

sempre inteligente, sempre tão sábio!
bem vindo ao nosso espaço companheiro!
vamos devanear...

4rthur disse...

Diego: o grande Durkheim já sabia que o crime é impossível de ser completamente erradicado de qualquer sociedade. Entretanto, se ele viesse ao Rio ou à São Paulo de hoje, talvez tivesse uma outra idéia do quão longe pode chegar a idéia de "anomia".

Joana: realmente gostei do teu texto crítico sobre o papel das mulheres, e fiquei feliz de ver, ontem, mulheres em protesto pelo tal dia internacional unindo-se a manifestantes anti-Bush na Cinelândia. Inclusive escrevi sobre isso hoje, na minha página.

E valeu pelo seu comentário! Acredito que alguns blogs, hoje, conseguem ser mais bem-sucedidos em informar e formar opinião do que a maioria dos jornalecos, tão comprometidos com interesses escusos.

Parabéns aos dois!

Unknown disse...

Concordo com vc 4rthur.É sempre um prazer ver pessoas inteligentes comentando por aqui.
abraço

Anônimo disse...

Bom texto meu nobre! Bela sentença também! Soube resumir seu texto em apenas uma frase...Abraço!